depois de três semanas

Sistema de cogestão pode voltar a partir de segunda-feira no Estado

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Agência Assembleia (divulgação) 

Chegando perto de completar três semanas com todo o Rio Grande do Sul em bandeira preta e sem a possibilidade de cogestão - quando os próprios municípios ganham autonomia para flexibilizar os protocolos da bandeira - a situação deve mudar a partir da próxima segunda-feira. Embora a medida tenha sido adotada pelo governo estadual há três semanas, principalmente pelo alta no número de mortes, hospitalizações e falta de leitos, os protocolos determinam o fechamento de serviços e comércio não essenciais, que já sentem o impacto econômico. 

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Para discutir a situação, o governador Eduardo Leite (PSDB) se reuniu com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gabriel Souza (MDB) na noite de terça-feira. A reunião contou com a participação do presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. 

Segundo Souza, após essa reunião foi decidido que a partir de segunda-feira o sistema de cogestão deve voltar a valer, assim como mudanças no protocolo da bandeira preta. De acordo com a Assembleia,  "a reabertura do comércio não essencial, a partir da próxima semana, poderá ocorrer de 2ª a 6ª feira, até às 20h (entrada até as 19h). Restaurantes, bares e lanchonetes poderão atuar sem restrição de dias, até as 17h (entrada até 16h) e hotéis e alojamentos com lotação máxima de 50% (com Selo Turismo Responsável) e 30% (sem Selo Turismo Responsável)".

A assessoria de comunicação de Eduardo Leite, porém, disse que o assunto ainda será discutido com a Famurs na sexta-feira e não confirmou ou descartou essa possibilidade. Vale lembrar que o sistema de cogestão depende da gestão municipal criar regras próprias por meio de decreto.

Bohn defendeu que o comércio possa abrir todos dias, incluindo finais de semana, para evitar aglomerações e solicitou ainda ao governador que todas as atividades de comércio e serviços que mais foram prejudicadas pela pandemia sejam contempladas em medidas de subsídio à concessão de crédito emergencial que venham a ser adotadas pelo Governo Estadual.

LINHA DE CRÉDITO
De acordo com o presidente do Legislativo, uma linha de crédito emergencial com juros subsidiados deve ser anunciada e deve ser ofertada pelo Banrisul, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e Badesul.

O QUE DIZ O GOVERNO ESTADUAL
Em entrevista ao programa Jornal do Almoço, da RBS TV, o governador Eduardo Leite foi enfático ao dizer que a cogestão só será confirmada se houver um decreto estadual. Ele comentou sobre a possibilidade de, ao fim das três semanas de bandeira preta a taxa de contágio do coronavírus reduzir entre gaúchos e, se confirmado o começo da queda em número de casos, a mudança de possibilidades. O governador disse que se houver cogestão não será um "libera geral" e terão muitas regras e fiscalização a todos os setores e não descartou a possibilidade de um toque de recolher nos próximos dias. Leite ainda disse que, mesmo que a taxa de contágio reduza, o número de mortes ainda pode ser alto, já que é um indicador tardio. Ele disse que o auxílio emergencial não será suficiente para pessoas que são afetadas economicamente com a situação, por isso analisa a possibilidade de mudanças. 

- Estamos analisando os dados, existem informações aqui que demonstram a redução da taxa de contágio, redução da demanda de internações - que é muito alta ainda, não estou dizendo que está folgado, evidentemente que parou de crescer naquele ritmo agressivo. A taxa de óbitos infelizmente será uma que vai demorar mais a ceder porq há um número de pessoas internadas, infelizmente 60%, 70% não resistem, então essa taxa vai crescer ao longo dos dias porque é um indicador tardio, mas estamos analisando todas essas condições. Se houver indicadores suficientes de que estamos com essa redução da taxa de contágio, nós podemos evoluir, para no final de semana determinar efetivamente esse passo da retomada da cogestão. É importante dizer que não será uma volta ao normal, terá restrições muito severas a diversos setores, com muita fiscalização e se tivermos segurança para dar esse passo, reconhecendo que o fôlego é limitado no setor econômico porque há pessoas que não tem como se sustentar. 

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